culture
Previsão: Sol, calor e diversão. É Carnaval!
Aqui está uma coisa que deve adicionar ao topo da sua lista de desejos: passar o Carnaval no Brasil.
- By Tania Menai
Celebrado com vigor desde as últimas décadas do século XIX, quando o país ainda era uma colónia portuguesa, o Carnaval é animado, culturalmente rico e abraça um património extraordinário de descendência afro-brasileira. Vamos esclarecer: isto não é Mardi Gras; isto não é o Carnaval de Veneza. Este é o Carnaval, um espírito que se espalha por esta vasta nação de 207 milhões de amantes da festa.
O Carnaval decorre oficialmente durante os quatro dias (sábado a terça-feira) que antecedem a Quarta-feira de Cinzas do catolicismo romano; mas, extraoficialmente, mantém as pessoas animadas durante toda a semana. Inequivocamente, a vida mundana fica em pausa permitindo que todos participem: as escolas fecham, os hotéis enchem, as tarifas aéreas disparam. Previsão do tempo? Sol, calor, muito calor – máximas na casa dos 30ºC - com grandes probabilidades de chuvas de glitter e uma voz rouca depois de cantar com todo o coração. (Clique aqui para ouvir alguns ritmos de Carnaval!)

Para os que vão pela primeira vez, o Rio de Janeiro oferece o espetáculo mais espectacular que se pode assistir na cidade (ou hemisfério!) organizado pelas "escolas de samba", comunidades que tradicionalmente se reúnem durante todo o ano para criar um tema, coser os seus fatos e compor as suas músicas. Segue-se uma competição feroz entre elas, que transborda criatividade, felicidade e fatos de cair o queixo: alguns brilhantes, outros gigantescos, outros minúsculos. Muito minúsculos. Transmitidos em direto pela televisão local, e bem captados no filme de animação "Rio", os desfiles decorrem durante três longas noites consecutivas no Sambódromo, ou "Hipódromo do Samba". A entrada é paga e pode ser dispendiosa.
Este é o Carnaval, um espírito que se espalha por esta vasta nação de 207 milhões de amantes da festa.
O Rio é também conhecido pelos "blocos" dos seus bairros, grupos de pessoas que se juntam nas ruas, segurando cervejas e espalhando sorrisos. Os "blocos" são informais, gratuitos para todos, barulhentos, mas de certa forma organizados: os seus líderes compõem a música do ano, ensaiada religiosamente durante algumas semanas. Reúnem-se por localização e também por interesse: pode escolher grupos para crianças ou para jornalistas ou escolher um só porque o nome é hilariante. Tome "Felicidade sem Ressaca" ou "Axila do Cristo": este último reúne-se sob a vista do icónico Cristo Redentor, na axila da estátua no topo da colina.

Os blocos surgem por toda a cidade, semanas antes do Carnaval, bloqueando o trânsito e assustando as poucas almas que trocariam qualquer coisa por algumas horas de Beethoven. Só este ano, espera-se que o Rio tenha 46 deles antes do Carnaval começar.
Tomar conta das ruas é, de facto, a forma genuína como os brasileiros celebram o Carnaval, incluindo cidades coloniais pitorescas como Paraty, que faz fronteira com o Oceano entre o Rio e São Paulo, e Ouro Preto, uma joia no estado de Minas Gerais. Ainda assim, Salvador, Recife e Olinda, três cidades a norte e beijadas pelo mar, levam a arte da festa a outro nível - e sem Samba.
Olinda e Recife, no belo estado de Pernambuco, são a casa do "Frevo", um ritmo acelerado ao qual as pessoas dançam segurando pequenos guarda-chuvas, vestidas com trajes coloridos e movendo as pernas atleticamente para cima e para baixo, para a esquerda e para a direita. É exaustivo mas incrivelmente divertido.
Para onde quer que o Carnaval o leve, leve uma peruca, uma garrafa de água, protector solar e o seu sentido de humor. Estes são lugares onde nunca está verdadeiramente vestido sem um sorriso.
