A Arte Viva de Roberto Burle Marx no Jardim Botânico de Nova Iorque
Um dos mais importantes designers de paisagens da história, o brasileiro Roberto Burle Marx, será celebrado na maior exposição botânica de sempre do Jardim Botânico de Nova Iorque.
- By Gisela Gueiros
Os mosaicos ondulantes a preto e branco nas calçadas da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, instantaneamente reconhecíveis em todo o mundo, são apenas uma das criações fabulosas de Roberto Burle Marx (1909–94), que também foi pintor, ceramista, escultor, investigador, cantor, joalheiro, tapeceiro e cenógrafo. Via-se a si próprio como um artista acima de tudo e não acreditava na separação entre áreas de prática. Mas, entre este espectro de meios, são as suas paisagens que serão exibidas na exposição do New York Botanic Garden, que abre no sábado, 8 de junho, intitulada “Brazilian Modern: The Living Art of Roberto Burle Marx”. A mostra celebra a exuberante interpretação do modernismo por Burle Marx, reunindo um formalismo sensorial com a exuberância das plantas nativas do Brasil – palmeiras, cicadáceas, aráceas, bromélias e mais.
Burle Marx começou a colecionar plantas na infância, aos sete anos. E foi numa viagem a Berlim para visitar a família do seu pai alemão, após a sua graduação na escola de belas artes National School of Fine Arts no Rio em 1933, que reconheceu a flora brasileira num Jardim Botânico. Isso inspirou a sua busca como caçador de plantas e cerca de 20 plantas levam o seu nome.
O seu design paisagístico é uma expressão pura do espírito e do lugar brasileiros, e por isso a Natura tem orgulho de ser um dos patrocinadores da exposição. Em particular, o legado do artista no que diz respeito a questões ecológicas urgentes ressoa no coração da missão da Natura. Burle Marx projetou milhares de jardins e paisagens ao longo da sua carreira e estava profundamente consciente da importância da conservação e sustentabilidade antes que estes temas fossem amplamente reconhecidos pelo público em geral. Um foco da exposição será a sua apaixonada defesa da preservação dos ecossistemas nativos do Brasil. Os visitantes terão a oportunidade de aprender em primeira mão sobre as importantes pesquisas e esforços de defesa dos cientistas do NYBG na região.

A exposição também apresentará exemplos da sua gama de arte – pinturas, desenhos e têxteis – revelando o seu processo criativo e como a sua abordagem a diferentes meios o ajudou a definir as formas, os contornos e as ideias de design nos seus jardins. O centro desta investigação e prática foi o seu Sítio – um laboratório vivo onde viveu, trabalhou e recebeu amigos e colegas, botânicos de renome, artistas, poetas e figuras culturais de todo o mundo.
A exposição encapsulará também a cultura brasileira. A música e a dança do país – pense em samba e capoeira, a famosa arte marcial afro-brasileira – farão parte de uma série de programas vibrantes complementares. Promete ser informativo, esclarecedor e muito divertido!
Consulte o site do NYBG para o programa completo de atuações musicais, danças e desfiles. A exposição estará aberta até domingo, 29 de setembro.
Para bilhetes e programação, visite https://www.nybg.org/
