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Tropical Sublime: Tarsila do Amaral at MoMA

Tropical Sublime: Tarsila do Amaral no MoMA

Tarsila do Amaral, a figura fundamental do Modernismo brasileiro, ocupa o segundo andar do MoMA com pinturas exuberantes e sedutoras na sua primeira exposição individual nos EUA.

  • By Gisela Gueiros

Tal como Frida (Kahlo) no México, os brasileiros cresceram a tratar a nossa pintora mais celebrada pelo primeiro nome. Até hoje, 45 anos após a sua morte, “Tarsila" é tudo o que é preciso dizer para reconhecimento imediato. Nascida em 1886 em São Paulo, Tarsila partiu para Paris em 1920 – considerava a educação artística no Brasil demasiado tradicional. Em França, estudou com o artista Fernand Léger na famosa Académie Julian. Durante este período, que ela referiu como o seu “serviço militar no Cubismo”, Tarsila aperfeiçoou as formas cilíndricas sensuais que se tornaram as suas formas características para representar corpos humanos e animais, bem como árvores e plantas.

A exposição do MoMA inclina-se fortemente para a primeira parte da sua carreira, as décadas de 1920 e 30, quando se afirmou como uma figura central no desenvolvimento do modernismo no Brasil. A exposição inclui uma riqueza de cadernos de esboços, desenhos e fotografias de arquivo, mas são as telas de grande escala e exuberantes que capturam a sua atenção. Coloridas e vibrantes, representando criaturas exóticas, corpos de formas estranhas e paisagens mágicas, o seu trabalho deste período é uma síntese notável de uma educação artística internacional com as influências tropicais e sensuais da sua terra natal, revelando toques de arquitetura vernacular e referências ao folclore brasileiro, como Saci Pererê e Cuca. O seu trabalho pulsa com a energia e a natureza vibrante do Brasil.

Créditos: The Museum of Modern Art

A sua pintura mais icónica, “Abaporu” de 1928, mostrada como imagem principal neste post do blog, tem lugar de destaque na exposição e apresenta uma figura distorcida sozinha numa paisagem simples com um único cacto. O título, emprestado de uma língua indígena brasileira, “aba” mais “poru”, significa o homem que come carne humana. Pintada como presente para o seu marido, o poeta Oswald de Andrade, a imagem tornou-se a representação visual de um movimento artístico fundamental no Brasil, o Movimento Antropofágico, que postulava uma cultura brasileira que literalmente “devorava” as suas influências, como se consumisse carne humana. O Manifesto Antropófago foi publicado nesse mesmo ano e é considerado o texto seminal do modernismo brasileiro. O texto foi uma resposta ao trauma colonial do Brasil e sugeria que um modernismo nacional autónomo poderia ser alcançado ao abraçar influências locais – e metaforicamente comer “o outro”.

Créditos: The Museum of Modern Art

Para o final da década de 1930, e em fases posteriores não cobertas nesta retrospetiva do MoMA, Tarsila torna-se ainda mais política enquanto artista. A última pintura da exposição, “Workers” de 1933, é a maior que alguma vez fez – e simboliza este período socialmente consciente. Retrata um mar de rostos de trabalhadores flutuando em frente a uma fábrica e às suas chaminés. Os rostos, masculinos e femininos, e de várias raças, são tão emblemáticos do Brasil como a flora e fauna das suas obras anteriores.

Créditos: The Museum of Modern Art

Nos últimos anos, tem havido um verdadeiro romance entre a arte brasileira e os museus de Nova Iorque – um número incrível de retrospetivas de artistas brasileiros influentes tem surgido em grandes instituições: em 2014, com Lygia Clark e as suas criaturas metálicas dobráveis interativas no MoMA; e em 2017 com Lygia Pape e as suas performances participativas no MetBreuer, e os ambientes fabulosamente imersivos de Hélio Oiticica no Whitney.

Com esta exposição triunfante da obra de Tarsila, podemos agora traçar as raízes de onde vieram estes artistas mais jovens. Foi Tarsila quem mais contribuiu para lançar as bases da arte brasileira. A exposição é um deleite e um maravilhoso lembrete da arte para além das culturas ocidentais. Enche os brasileiros de orgulho!

Desfrute de Tarsila do Amaral no The Museum of Modern Art até 3 de junho de 2018.